Uma abordagem eco-responsável da moda
Com apenas 26 anos, Jack Keita está a ganhar fama na indústria da moda da Guiné. Empresário apaixonado, recondiciona roupas em segunda mão de lojas de segunda mão. A sua missão? Combinar a moda e a ecologia para sensibilizar as pessoas para a poluição dos têxteis. Utilizando roupas não vendidas e danificadas, Jack cria peças únicas e amigas do ambiente, mantendo-as fora dos aterros sanitários.
Para Jack, a indústria da moda na Guiné tem um potencial inexplorado. As roupas em segunda mão são parte integrante da vida quotidiana na Guiné, mas o impacto ambiental é frequentemente ignorado. Todos os anos, toneladas de roupa usada chegam ao país sem serem recicladas. A Jack transforma criativamente estas roupas em peças modernas e inspiradoras, ao mesmo tempo que promove um consumo mais responsável.
O percurso de uma futura engenheira e designer de moda
O empenhamento de Jack no ambiente está também ligado ao seu passado pessoal. Enquanto estudante de engenharia de construção, começou por recondicionar as suas próprias roupas porque não tinha dinheiro para comprar roupas novas. Incentivado pelos seus amigos, lançou a sua marca em 2022 com a missão de transformar a roupa em segunda mão num recurso sustentável. Desde então, o seu percurso empresarial tem sido cada vez mais forte.
Para captar a atenção do seu público, Jack utiliza roupas em segunda mão, que transforma de acordo com as tendências actuais. Cria colecções limitadas, muitas vezes em parceria com influenciadores e artistas locais, como Khalil e Mariam, ou a dupla DJ Force 3. Estas colaborações permitem-lhe chegar a um público vasto, ao mesmo tempo que divulga a sua mensagem eco-responsável.
Competências tradicionais e reciclagem
Jack também participa em vários eventos e desfiles de moda para apresentar a sua visão. Nas 72 Horas de Têxteis Guineenses em Bruxelas, por exemplo, cativou um novo público internacional. Graças ao seu estilo único, conseguiu impressionar e abrir novas perspectivas para futuras colaborações, nomeadamente em França e no Canadá.
A sua marca distingue-se pela utilização de materiais do património guineense. Jack privilegia o tye & dye e o patchwork, técnicas ancestrais guineenses, para as suas colecções. Estas escolhas reflectem a sua ligação à cultura local, ao mesmo tempo que fazem parte de um modelo de produção sustentável. Ao utilizar restos de tecido e ao trabalhar com costureiras locais, garante que os seus valores ecológicos e artesanais são respeitados.
Um modelo de negócio bem pensado
Jack Keita está atualmente a expor as suas criações numa loja pop-up no Parque Mariador, mantendo-se ativo nas redes sociais. No Instagram, interage com uma comunidade crescente de 12 500 seguidores. Graças a publicações estratégicas, as suas colecções atraem os jovens que procuram vestuário único e responsável.
Para Jack Keita, a moda ética é mais do que uma mera tendência. Para ele, é uma forma de aumentar a consciencialização e de assumir um compromisso com um futuro mais ecológico. Com a sua ambição de enfrentar as grandes marcas, Jack é a personificação de uma nova geração de designers com consciência ambiental. Na Guiné e não só, tornou-se um pioneiro da moda sustentável.
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