Um percurso profissional atípico das finanças à literatura
Marien Ngombé tem uma formação original. Estudou contabilidade e finanças. Atualmente, é diretor financeiro. Mas também tem uma paixão pela escrita e pela cultura africana. Este duplo interesse cria um equilíbrio. Marien Ngombé explica: “Preciso de rigor e de estrutura, que encontro no meu trabalho, mas também de criatividade, que encontro na escrita.
A escrita como âncora e vetor de identidade
A escrita é essencial para Marien Ngombé. Permite-lhe fixar as suas memórias. Permite-lhe contar a sua infância. E permite-lhe partilhar uma visão autêntica de África. O seu primeiro livro, Escales, explora as viagens. Abrange tanto as viagens físicas como as viagens interiores. Mais recentemente, Marien Ngombé coordenou “Taxi Poto Poto”. Esta coleção de contos leva os leitores numa viagem imersiva. A viagem decorre no coração das cidades africanas. A viagem desenrola-se através dos olhos dos taxistas. “O taxista é uma personagem que fala, que sabe tudo, que se alimenta das realidades locais”, afirma Marien Ngombé.
Taxi Poto Poto: uma viagem ao coração das cidades africanas
O “Taxi Poto Poto” oferece uma perspetiva única da África urbana. Este projeto reflecte a missão do Africa Fashion Tour. Destaca a diversidade das culturas africanas. Marien Ngombé criou um conceito original. Utiliza a figura do taxista. Esta personagem torna-se um observador privilegiado da vida urbana.
Les Ateliers Citoyens du Congo e Jornadas do Soft Power
Marien Ngombé não se limita a escrever. Ele toma medidas concretas. Fundou os Ateliers Citoyens du Congo. Esta organização promove o soft power africano. Lançou também as Jornadas do Poder Suave. Este evento anual liga a diáspora aos actores locais das indústrias culturais e criativas. O programa inclui conferências, feiras, palcos abertos e concursos de empreendedorismo. “África só sobreviverá se esta ponte entre a diáspora e o continente for realmente construída”, sublinha.
O desafio de financiar as ICC em África
O desenvolvimento das indústrias culturais e criativas em África enfrenta um grande obstáculo: a falta de financiamento. Marien Ngombé insiste em vários pontos. O Estado tem de ser envolvido na estruturação das empresas do sector. É preciso formar os actores. E os investidores têm de ser educados. “Temos de repensar os modelos económicos e mostrar que a cultura é um verdadeiro negócio”, afirma.
O empenhamento de Marien Ngombé é claro. Ele quer ver um maior reconhecimento das indústrias culturais e criativas africanas. As suas iniciativas são passos importantes nessa direção. O investimento na cultura é essencial. Trata-se de uma poderosa alavanca para o desenvolvimento económico e social do continente. Ele encarna esta visão.