De Montreal para o Gana
Embora tenha uma licenciatura em jornalismo, foi a paixão que trouxe Maya Amoah de volta à moda. De ascendência ganesa e egípcia-alemã, inspirou-se numa viagem ao Gana, em 2018, na vibração e no potencial do tecido batik , uma técnica artesanal de impressão à mão.
A ideia da Batik Boutik surgiu de uma simples constatação: havia falta de vestuário contemporâneo que utilizasse estes têxteis na vida quotidiana, para além da roupa formal. A sua visão é fundir o estilo minimalista do Ocidente e o conforto dos designs modernos com a riqueza dos estampados africanos. Esta fusão estética vai para além do batik. Inclui agora o kenté (tecido à mão), alargando a sua paleta, mas mantendo as suas raízes no artesanato da África Ocidental.
Conquistar o mundo com pop-ups
Para Maya Amoah, a distribuição online por si só não era suficiente. Perante a saturação do mercado digital e a necessidade do cliente de
Identificou rapidamente dois “avatares” de clientes:
- Diáspora/Afro-descendentes: Na América, esta clientela é fortemente motivada pelo desejo de se ligar às suas raízes e apoia ativamente as empresas negras.
- O europeu: Este segmento demonstra um maior apreço pelo artesanato, pela qualidade e pela história dos têxteis culturais.
Esta estratégia de viagens frequentes permite-lhe não só vender, mas também estabelecer contactos e inspirar-se nas diferentes cenas da moda internacional, mantendo a sua marca constantemente relevante.
Artesanato, transparência e moda sustentável
Um dos maiores desafios para Maya Amoah tem sido o de tranquilizar as pessoas quanto à produção no Gana. Contrariamente aos preconceitos sobre a dificuldade de produzir em África, Maya Amoah sublinha a
O compromisso da marca com a sustentabilidade é também um pilar central. Sensível à crise dos resíduos têxteis que afecta o Gana, Maya Amoah transformou esta realidade numa oportunidade criativa:
- Upcycling/Patchwork: Utiliza restos de tecido para criar novos acessórios, malas e roupas.
- Consciência ecológica: Inclui a reciclagem, por exemplo, a utilização de sacos de farinha 100% algodão para os fatos cápsula.
Este compromisso reflecte a sua própria carreira como jornalista, onde a curiosidade e a experiência são postas ao serviço de uma narrativa autêntica que coloca o foco não só na moda, mas no ecossistema artístico africano como um todo.
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