Para além do brilho, a missão de um concurso de beleza como nenhum outro
O mundo dos concursos de beleza é muitas vezes visto através do prisma da aparência. No entanto, há uma iniciativa que se destaca por redefinir as regras: Miss Nigéria Diáspora Europa (MNDE). A sua fundadora, Sandra Omo, tem um objetivo claro: “celebrar e elevar as mulheres nigerianas na diáspora, não apenas pela sua beleza, mas pela sua inteligência, orgulho cultural, potencial de liderança e impacto na comunidade”.
A MNDE foi criada para dar às jovens mulheres nigerianas que vivem na Europa uma plataforma para brilharem e partilharem as suas histórias. O objetivo é transformá-las em verdadeiras embaixadoras culturais e líderes comunitárias. A iniciativa é apoiada pelo projeto emblemático Educate Her, que apoia a educação de jovens raparigas na Nigéria. Para Sandra, a coroa é um “símbolo de responsabilidade e impacto”, muito para além da sua simples função estética.
O próximo evento terá lugar no sábado, 20 de setembro, no prestigiado Palais de la Femme, 94 Rue de Charonne 75011 Paris.
Uma iniciativa promissora
Desde a sua criação, a MNDE tem crescido significativamente. O que começou por ser um simples concurso tornou-se numa plataforma respeitada de defesa, criação de redes e desenvolvimento pessoal. Os seus vencedores são agora personalidades influentes, participando na Semana da Moda de Paris e liderando projectos humanitários.
A escolha de realizar a final em Paris, a capital mundial da moda e da diversidade, é estratégica. É o palco perfeito para realçar “a elegância e a força das mulheres nigerianas na diáspora”. No futuro, a ambição de Sandra é fazer do MNDE um movimento internacional, reconhecendo a diáspora nigeriana pela sua cultura, resiliência, criatividade e liderança.
A paixão como força motriz
A organização de um evento desta dimensão em vários continentes não está isenta de desafios. Sandra menciona, em particular, a dificuldade de recrutar os candidatos certos e de assegurar o financiamento, que depende principalmente de parcerias e patrocínios. A principal dificuldade continua a ser “encontrar um equilíbrio entre as expectativas culturais e profissionais” de cada cidade europeia, preservando ao mesmo tempo a autenticidade nigeriana do concurso.
A equipa, embora pequena, funciona graças a uma organização rigorosa, a uma comunicação constante e a uma paixão inabalável. Sandra partilha uma anedota engraçada sobre o “ritmo francês” da venda de bilhetes: habituada a vender bilhetes rapidamente, descobriu que os franceses compram os bilhetes à última hora. Uma lição de humildade e paciência que ela transformou num ponto forte.
A arte da seleção para além das aparências
O que distingue a MNDE são os seus critérios de seleção. Embora a beleza seja um pré-requisito, a ênfase é colocada no “carácter, intelecto, orgulho cultural e potencial de liderança”. As candidatas ideais devem ter integridade, compaixão, confiança e “um profundo amor pelas suas raízes”.
O processo de seleção foi concebido para avaliar a personalidade de cada candidato de uma forma holística, incluindo entrevistas, apresentações culturais, sessões de discurso público e missões de envolvimento comunitário. Não é o andar ou o sorriso que são julgados, mas a capacidade do candidato de contar a sua história, os seus objectivos e a sua voz com força.
Apoio da comunidade nigeriana
A comunidade nigeriana em Paris desempenha um papel crucial no sucesso do concurso. A sua energia e orgulho “criam a atmosfera que faz com que o concurso seja uma verdadeira celebração do lar”. O seu apoio, seja sob a forma de voluntariado ou de participação no evento, dá aos candidatos um sentimento de pertença inestimável.
A MNDE esforça-se por refletir a incrível diversidade da Nigéria. Os diferentes candidatos vêm de diferentes regiões e falam diferentes línguas. Esta inclusão, que se estende aos juízes e aos parceiros, é a base do evento. Esta organização garante que todos os membros da comunidade estejam representados em palco.
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