Ibrahim Gana, fundador da Stylebitt

by | 28 Junho 2025 | Negócio

Conheça Ibrahim Gana, cofundador da Stylebitt, a aplicação que está a transformar a gestão do negócio da moda em África. Este artigo explora os seus antecedentes, a sua visão de um ecossistema tecnológico completo para a moda e os desafios da expansão para mercados emergentes.
Ibrahim gana stylebitt

A Stylebitt revoluciona a gestão das empresas de moda em África e não só

No panorama em rápida mutação das indústrias criativas africanas, a inovação tecnológica está a tornar-se uma alavanca essencial para o crescimento. No centro desta transformação, a Stylebitt, uma aplicação pioneira, está empenhada em simplificar e otimizar a gestão das empresas de moda. Aqui encontramos o visionário cofundador Ibrahim Gana, que nos conta como a Stylebitt se vai tornar o sistema operativo obrigatório para os empresários da moda em África e nos mercados emergentes.

De Lagos a Fashion-Tech

Ibrahim Gana, cofundador da Stylebitt, é um produto de Lagos, na Nigéria, onde cresceu com uma curiosidade inata sobre como as coisas funcionam. O seu interesse pelo design e pela tecnologia tornou-se evidente desde muito cedo, muito antes de ver estas áreas como carreiras. Depois de estudar transformação digital, trabalhou como analista de negócios e depois como designer de produtos para empresas de renome como a Needle Technology, a Dangote e a Paqt.

A inspiração para a Stylebitt tem origem numa história pessoal: “A minha mãe tinha uma empresa de moda e isso inspirou-me a querer ter a minha própria marca de moda um dia”, diz Ibrahim. No entanto, ciente dos desafios de investir na moda, viu a sua carreira tecnológica ter precedência. Foi através da progressão na área tecnológica que compreendeu como a tecnologia poderia servir a indústria que sempre admirou. Esta fusão de paixão e experiência está no centro do seu empenhamento na construção da Stylebitt.

stylebitt

Stylebitt, uma solução nascida de uma necessidade real no terreno

A ideia fundadora da Stylebitt nasceu de um desafio concreto encontrado por um empresário do sector da moda. Este empresário partilhou com o cofundador da Ibrahim a dificuldade de gerir as suas operações, a necessidade premente de estruturação, visibilidade e acompanhamento completo das suas encomendas. Em resposta a este problema, a primeira versão do que viria a ser Stylebitt foi desenvolvida especificamente para esta empresa. Os resultados foram espectaculares: a taxa de entrega deste utilizador passou de 47% para 93%.

“Ao ver este impacto, apercebemo-nos de que não se tratava de um problema isolado”, explica Ibrahim. Esta constatação desencadeou a decisão de criar uma versão universal da Stylebitt, capaz de ajudar todas as empresas de moda a funcionar mais eficazmente e a crescer com confiança. É esta base no mundo real que torna o Stylebitt tão relevante e eficaz.

Lagos, uma capital económica no coração da inovação africana

Não é por acaso que a Stylebitt foi fundada em Lagos, na Nigéria. A cidade, o epicentro do ecossistema empresarial de África, desempenhou um papel fundamental no desenvolvimento da empresa. “Os desafios e o engenho que vimos nas empresas de moda locais moldaram o nosso pensamento desde o primeiro dia”, diz Ibrahim. O ambiente mostrou claramente que, embora o talento e a criatividade fossem abundantes, faltavam ferramentas estruturais e operacionais.

Esta proximidade com o problema permitiu à equipa construir uma solução prática em vez de uma solução puramente teórica. A cultura dos empresários africanos, com a sua ênfase na resolução rápida de problemas, levou a Stylebitt a concentrar-se em soluções simples e eficazes com um impacto imediato. Lagos não só inspirou a Stylebitt, como também definiu a forma como o produto foi construído e continua a evoluir.

Melhorar o processo de gestão de encomendas

De todas as funções práticas oferecidas pela Stylebitt – gestão de clientes, gestão de encomendas, faturação – a função de gestão de encomendas é o maior motivo de orgulho da equipa. Para muitas empresas de moda, sobretudo em África, as encomendas perdem-se frequentemente nas conversas do WhatsApp, nos blocos de notas ou na memória. Ao centralizar tudo, desde a receção da encomenda até à entrega, a Stylebitt permite às empresas manterem-se organizadas, acompanharem o progresso em tempo real e reduzirem os erros ou atrasos nas encomendas.

“É uma funcionalidade simples à primeira vista, mas para os nossos utilizadores tem sido uma verdadeira mudança”, insiste Ibrahim. A melhoria drástica da taxa de entrega do primeiro cliente empresarial, de 47% para 93%, graças a uma melhor visibilidade e estrutura das encomendas, é uma prova tangível deste facto.

Criar um ecossistema de moda completo

A visão de Ibrahim Gana para a Stylebitt vai muito para além da simples gestão. A ambição a longo prazo é construir um ecossistema completo para os empresários da moda, ligando perfeitamente a criatividade, a comunidade e as operações comerciais. As empresas de moda não trabalham em silos: um designer pode fazer um esboço no Figma e depois ter de o traduzir em encomendas, produção e comunicação com o cliente. Ao integrar ferramentas criativas e modelos diretamente no Stylebitt, a aplicação ajuda os utilizadores a passar da ideia à execução sem perder velocidade ou mudar de plataforma.

O aspeto comunitário é igualmente crucial. A Stylebitt colabora ativamente com as comunidades e escolas de moda, procurando estabelecer parcerias com mais intervenientes para apoiar a nova geração de designers e as empresas existentes. O objetivo é criar um espaço onde os empresários possam aprender uns com os outros, partilhar recursos e crescer juntos. Em última análise, a Stylebitt pretende ser não apenas uma ferramenta, mas também uma “casa” para empresas de moda ambiciosas, gerindo clientes, projectos e ligações entre pares além-fronteiras.

Adaptar-se a um mercado diversificado através de soluções à medida

O mercado da moda é vasto e heterogéneo. Atualmente, a Stylebitt dirige-se sobretudo às empresas de moda por medida. “Foi aqui que vimos a necessidade mais urgente e por onde começámos”, explica Ibrahim. As funcionalidades actuais, como o acompanhamento das encomendas, a gestão dos clientes e as medições, estão perfeitamente adaptadas ao modo de funcionamento dos alfaiates por medida.

No entanto, o roteiro da Stylebitt inclui ativamente o desenvolvimento de ferramentas para apoiar as marcas de pronto-a-vestir e outros segmentos da indústria. A abordagem é progressiva e rigorosa: “Concentramo-nos em fazê-lo da forma correta, camada por camada, em vez de tentarmos construir tudo de uma só vez.”

Desafios e estratégias para a expansão global

A ambição da Stylebitt de apoiar a expansão em vários países traz consigo os seus próprios desafios específicos. Um dos maiores é navegar pelos diferentes ambientes regulamentares, particularmente no que diz respeito aos pagamentos digitais e às normas de faturação. O que funciona na Nigéria pode ter de ser ajustado para cumprir as leis de outro país.

Culturalmente, as empresas de moda funcionam de forma diferente nas diferentes regiões; a forma como um alfaiate em Dakar gere as suas encomendas pode ser muito diferente da de um empresário em Nairobi. A abordagem da Stylebitt consiste em ouvir, aprender e adaptar o produto às realidades locais sem complicar a experiência do utilizador. A flexibilidade e a conceção para a escalabilidade são fundamentais para que o produto mantenha uma “sensação local” ao mesmo tempo que é global.

Do crescimento orgânico ao investimento estratégico

A Stylebitt optou deliberadamente por se desenvolver até agora sem financiamento externo. Esta estratégia permitiu que a empresa se mantivesse enxuta, se mantivesse próxima dos problemas dos seus utilizadores e construísse uma solução que respondesse realmente às suas necessidades. O crescimento foi orgânico, impulsionado pelo “boca-a-boca” e pelas reacções concretas dos utilizadores, nomeadamente no sector da confeção por medida.

“A moda é frequentemente negligenciada como um sector passível de investimento porque muitos não compreendem totalmente a sua dinâmica ou o seu potencial”, observa Ibrahim. A Stylebitt está agora a procurar estabelecer contacto com investidores que partilhem a sua visão e compreendam as oportunidades únicas na cadeia de valor da moda. Os próximos passos incluem aprofundar o seu impacto no mercado africano, expandir a funcionalidade para o pronto-a-vestir e melhorar a integração e a automatização para uma experiência de utilizador ainda mais suave.

Stylebitt é o sistema operativo para a moda do futuro

Nos próximos cinco anos, a grande ambição de Ibrahim Gana é fazer da Stylebitt o sistema operacional de referência para as empresas de moda dos mercados emergentes, tendo África como ponto de partida para a expansão global. O objetivo é ser a plataforma centralizada que gere todas as operações: encomendas, pagamentos, logística, colaboração entre equipas.

Ibrahim sonha com um futuro em que um empresário do sector da moda, quer esteja em Lagos, Nairobi, Accra, Freetown ou Dakar, possa gerir todo o seu negócio a partir de um único painel de controlo. Acabaram-se as folhas de cálculo, o caos e as encomendas falhadas. Dê lugar à estrutura, à clareza e ao controlo real. “Estamos a construir mais do que apenas software, estamos a construir a infraestrutura para o futuro da moda”, conclui, com a visão de uma ferramenta que permite que as empresas de moda operem de forma profissional, eficiente e em escala, em qualquer parte do mundo.

Conselhos para os promotores de projectos

Para os jovens empresários africanos que aspiram a inovar nas indústrias criativas e culturais através da tecnologia, Ibrahim Gana transmite uma mensagem simples e poderosa: “Comecem pelo problema, não pelo burburinho”. As ICC em África estão repletas de desafios reais e urgentes e, por conseguinte, de oportunidades concretas. Ibrahim Gana encoraja-nos a não esperar por condições perfeitas ou por um financiamento inicial substancial, mas a utilizar os recursos disponíveis, a ficar perto dos utilizadores e a criar soluções que os ajudem realmente.

Não tenha medo de se aventurar em áreas que são frequentemente mal compreendidas ou subestimadas. Moda, música, cinema, arte – estas indústrias moldam a perceção de África no mundo. A tecnologia pode ajudar a estruturá-las, a desenvolvê-las e a torná-las mais sustentáveis. Por último, Ibrahim insiste na resistência: “A inovação não tem apenas a ver com velocidade. Trata-se de manter o empenhamento, mesmo quando é difícil”. Com o passar do tempo, o trabalho com significado falará mais alto. “Continuem assim. África precisa das vossas ideias.”


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