Uma carreira multidimensional ao serviço de África
Kadia Sylla Moisson encarna a figura da mulher africana empenhada, navegando com facilidade entre o mundo profissional e o mundo empresarial. Diretora para África da Grand Alexander, um grupo de headhunting, trabalha para desenvolver o talento africano no continente. A sua carreira rica e variada reflecte o seu desejo de construir pontes entre África e a sua diáspora. Nascida na Guiné, deixou o seu país aos 9 anos de idade para estudar no estrangeiro. Chegou a França com 17 anos e seguiu um percurso académico brilhante, obtendo uma pós-graduação de 5 anos em direito internacional.
Após 17 anos de trabalho em recursos humanos, a sua carreira conheceu um ponto de viragem. No início dos seus quarenta anos, sentiu a necessidade de se reconectar com as suas raízes e de se envolver mais no desenvolvimento de África. Em 2015, tomou conta da Maison Muller, uma mansão privada em Montmartre, transformando-a num espaço de coworking e de eventos. Rapidamente acrescentou uma dimensão africana, abrindo as suas portas a jovens empresários da diáspora. A Maison Muller tornou-se um local de intercâmbios e encontros, onde o talento africano se pode exprimir e desenvolver.
Desenvolver talentos e criar redes
Paralelamente às suas actividades empresariais, Kadia Sylla Moisson juntou-se ao Grand Alexander Group em 2018. Como Diretora para África, apoia as empresas na sua procura de talentos no continente. Observou uma grande mudança: as empresas africanas procuram cada vez mais “africanizar os seus conselhos de administração” e recrutar executivos locais. Observou também um fenómeno de “repatriamento”, com membros da diáspora africana a regressar ao continente para contribuir para o seu desenvolvimento.
Este movimento, encorajado por políticas públicas favoráveis, reflecte o desejo de participar no desenvolvimento económico de África. Com base na sua experiência na Maison Muller, Kadia Sylla Moisson fundou o Club des Diasporas Africaines de France.
O objetivo deste clube de negócios é criar um ecossistema de apoio mútuo para os empresários da diáspora. Pretende oferecer-lhes uma rede de contactos, oportunidades de financiamento e apoio no desenvolvimento dos seus projectos. O clube destaca-se pela sua abordagem empresarial e pelo seu empenho em apoiar os talentos africanos. O exemplo de Agnès, uma cozinheira de origem togolesa que tomou conta de um restaurante graças ao apoio do clube, é uma ilustração perfeita desta abordagem.
Industrialização e cultura, as forças motrizes do futuro de África
Kadia Sylla Moisson não se fica por aqui. Está a lançar o Salon des Industries Africaines de France, uma plataforma de intercâmbios e encontros para promover a industrialização do continente. A primeira edição, que reuniu cerca de 250 pessoas, foi um sucesso. A segunda edição está atualmente a ser preparada e terá lugar no Senegal, com a Guiné como convidada de honra. Kadia Sylla Moisson está convencida de que África tem um papel importante a desempenhar nas indústrias culturais e criativas.
Saúda as iniciativas de países como o Benim, o Senegal, a Nigéria e a Guiné, que estão a dar a conhecer o seu património cultural e a apoiar os talentos locais. Incentiva os governos africanos a prosseguirem os seus esforços para criar um ambiente favorável à emergência de uma economia criativa dinâmica e competitiva. Kadia Sylla Moisson é uma mulher de convicções, que coloca a sua energia e a sua rede ao serviço do desenvolvimento de África. A sua carreira inspiradora testemunha a sua determinação em construir um futuro melhor para o continente e a sua diáspora.
Foto: Léocadie Ebakissé, co-organizadora do Salon des Industries Africaines
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